terça-feira, 3 de novembro de 2009

SOBRE A GESTÃO DESPORTIVA


Após mais uma derrota da equipa de futebol sénior do Vitória, importa perguntar mais uma vez: Qual é o projecto desportivo desta Direcção?

Embora os Vitorianos estejam a comemorar o sucesso da equipa de basquetebol do Vitória no Troféu António Pratas, a situação na principal actividade do clube continua sem resultados positivos! Convém recordar que a sobrevivência da actividade do basquetebol e do voleibol, bem como das outras modalidades, depende do sucesso do futebol, pois este é o principal responsável pelas receitas.

A situação contratual de alguns atletas de futebol é preocupante: Como espera a Direcção que jogadores que não têm futuro no clube tenham bom desempenho? Porque são titulares jogadores actualmente contratualizados por apenas dois meses? Que incentivo terão estes jogadores para desempenharem as suas funções se a Direcção os despreza?
Não compreendemos quais os objectivos de tanto desleixo. Sabendo que um jogador, como qualquer trabalhador, se não se sentir seguro sobre o futuro da sua carreira e não sentir que a entidade patronal o respeita pela sua actividade, não se sente motivado, não é rentável ao clube. Não podemos admitir que se tratem jogadores de alta competição desta forma. O que está em causa é a manutenção na principal Liga do futebol português! Se a equipa não fôr competitiva, não sobrevive na 1ª Liga e não estando nessa competição não consegue manter a sua estrutura e condena-se à extinção, como vimos pelo Relatório de Contas da época em que o Vitória disputou a 2ª Liga (2007/08). Não podemos permitir que a Direcção deixe o clube à deriva!

Os princípios da Gestão Desportiva contrariam todas as decisões desta Direcção.
Tentar negociar as transferências por valores inferiores ao contratualizado, revela fragilidade de negociação. Esta atitude que estando exposta a quem está interessado na compra, é uma desvantagem para quem vende! A transferência de Geromel, por exemplo, por valores inferiores ao contratualizados, revela esta fragilidade. Se Geromel ficasse mais uma época no Vitória teria dado o seu contributo para o rendimento da equipa por mais um ano e ter-se-ia valorizado ainda mais. A obsessão desta Direcção por retirar dividendos imediatos de todas as mais-valias, sem realizar investimento, deixou o clube numa situação ainda mais precária. Que Activos temos agora para fazer frente ao Passivo restante?

O recurso ao crédito para contratar Activos que ajudarão o Vitória a manter uma posição digna no campeonato, não é preocupante nem põe em causa o aumento do Passivo. Os juros podem ser negociados pela promoção da entidade credora, por exemplo; ou pode-se negociar o crédito a médio prazo tentando valorizar os Activos de forma a que, quando se transferir o jogador, o valor do crédito mais juros e Direitos estejam de acordo com um valor digno do seu rendimento na equipa... É uma questão de negociação, que esta Direcção parece não saber fazer.
Outra opção é tentar adquirir sempre os direitos desportivos dos jogadores de forma a que o Vitória seja - sempre que possível - a sua entidade patronal e ao mesmo tempo o seu representante desportivo. Desta forma os atletas reconhecem o clube como interessado no seu valor e vice-versa. Este inter-dependência fará com que as duas partes estejam interessadas na valorização dos Activos: o atleta porque quanto maior sucesso tiver o clube, melhores rendimentos poderá auferir, e maior mercado terá para lançar a sua carreira; da parte do clube, quanto mais sucesso tiver um atleta, maior poderá ser a sua cláusula de rescisão. Tendo o atleta de provar o seu valor para garantir o futuro da sua carreira, valorizam-se o clube e os seus Activos.
Relativamente às camadas jovens é necessário estar dentro do mercado, captar talentos logo que surjam, integrá-los nas equipas do Vitória com contratos que valorizem o clube pela sua formação, garantindo mais-valias futuras quer para os atletas quer para o clube.

A obsessão cega pelo Passivo pode levar o clube à ruína. Mais importante que o Passivo é a decadência dos valores desportivos do clube. Essa decadência leva igualmente o clube à falência por este deixar de usufruir das mais-valias do sucesso desportivo! Este sucesso é mais determinante para a sua sobrevivência que o valor do Passivo. Além disso, quanto mais a Direcção fala neste assunto mais visível fica, e mais alerta ficam as entidades credoras...
A instabilidade da Direcção, por não se apresentar unida e por não apresentar soluções para a actual situação desportiva, pode pôr em causa a credibilidade do clube perante as entidades credoras.

UM VITÓRIA MELHOR está a preparar um PROJECTO DESPORTIVO CREDÍVEL, para relançar o clube nas competições onde tem obrigação de apresentar resultados!

10 comentários:

Anónimo disse...

A próxima direcção deve implementar a retirada imediata do complexo desportivo de onde ele se encontra actualmente e negociar com a câmara a instalação de uma nova estrutura num local a designar. Convêm salientar que os terrenos actuais do complexo foram oferecidos para essa finalidade, portanto mais um ponto a ter atenção. Com esta reestruturação o vitória ficava com liquidez financeira e uma infra estrutura renovada pronta para os novos desafios. já ontem era tarde.


João Pacheco

Moreira disse...

Boa tarde.

Gostava de saber mais sobre o seu projecto.

Mcnuno23 disse...

sei k estou a repetir a pergunta mas gostava de saber quais as vossas opiniões qt:
- aos jogos à semana,
- à observação de jogadores de ligas secundárias portuguesas (com preferência para jogadores formados no Vitória)
- ter jogadores com lugares cativos no plantel independente do seu rendimento.

agradecia 1 resposta,

cumprimentos Vitorianos..

Um Vitória Melhor disse...

Em resposta à questão 'Mcnuno23', podemos dizer-lhe que, em nossa opinião:

- Os jogos para o campeonato realizados durante a semana, só são admissíveis se os valores oferecidos para transmissão televisiva o justificarem. Como pode verificar pelo Relatório de Contas da época 2008/09, aberto agora a consulta pública, os valores de transmissão televisiva e publicidade são um pouco superiores aos valores da cotas, cadeiras e bilhetes em conjunto.

Devido ao mau rendimento da equipa, compreendemos que os valores da transmissão televisiva sejam mais baixos quando a equipa não proporciona um bom espectáculo, nem curiosidade pelos telespectadores.

Os Direitos de transmissão televisiva e publicidade foram apenas 1 179 591,52 Euros acima dos valores das cotas, cadeiras e bilhetes...! Por pouco mais de um milhão de euros/ano, em nosso entender, não se justifica fazer jogos à semana apenas para transmissão televisiva. Para compensar este valor propomos que os jogos com os ditos '3 grandes', mais os jogos com o Sporting de Braga (porque até a própria Liga já os considera de 'Clássicos'), sejam cobrados por um valor superior ao actual, sendo os outros jogos - considerados de menor importância para a televisão - disputados ao Domingo à tarde captando assim mais sócios, mais lugares anuais, mais bilheteira; resultando em mais assistência que garante mais publicidade e mais apoio ao clube.

- A observação de jogadores nacionais é uma prioridade para nós. Sendo o Vitória Sport Clube um clube formador, deve dar prioridade à observação e avaliação dos jogadores portugueses - jovens e séniores - captando os atletas com maior potencial por funcionários do clube e valorizando-os no Vitória. A nossa intenção é investir em passes de jogadores em nome do clube, e não usar o clube para revelar atletas de outros empresários alheios ao Vitória.

- Se a expressão 'jogadores com lugar cativo' se refere a um jogador ser obrigatoriamente titular pelo seu 'nome' ou pela sua 'fama' estamos totalmente contra. O rendimento da equipa deve ser a principal prioridade na escolha de jogadores. Deve jogar quem está em boa-forma e quem executa melhor as suas funções de conjunto na equipa. Este é o espírito e a tradição do Vitória: a equipa está acima de qualquer interesse individual, afinal o Vitória é um clube por excelência!
A escolha dos treinadores será de acordo com estes princípios.

Relativamente à política de vencimentos não podemos adiantar mais que o seguinte: um jogador, para ser competitivo deve ser remunerado segundo o seu valor. Se a remuneração não o fizer sentir realizado, esse jogador não é rentável na equipa. Se o clube fôr o seu representante desportivo (tiver o seu passe), o jogador respeita o clube por este estar interessado no seu rendimento. Assim se cria uma relação de cumplicidade em que ambas as partes têm o mesmo interesse: o sucesso do atleta.

Um Vitória Melhor disse...

Caro Moreira. Neste blog estamos a publicar as ideias-base do nosso futuro programa. Trata-se de uma Pré-candidatura, que significa que a lista e o seu programa ainda estão em construção. Pode consultar todos os artigos através do Arquivo na barra lateral do lado direito da página.

Posso-lhe resumir as nossas ideias-base:

- Profissionalização do clube. Somos contra a criação de uma Sociedade Anónima. O que pretendemos é criar lugares remunerados para que a Direcção trabalhe a tempo inteiro e em exclusivo para o clube, tendo obrigação de cumprir objectivos.

- Desenvolver actividades que aproximem a Direcção do sócios do clube, auscultando a sua vontade e respeitando-a como base dos seus projectos. Este projecto envolve a criação de uma Fundação para dar apoio ao 'Espírito Vitoriano', criando infra-estruturas de apoio aos associados.

- Criar uma macro-estrutura de organização eficiente no clube, com controlo de gestão e de imagem.

- Investir na Formação e na captação de novos valores com a aquisição de 'passes', tornando-se o Vitória uma verdadeira entidade de gestão desportiva, em que o Vitória recolha os dividendos das transações dos seus atletas.

- Ter uma Direcção ambiciosa que se comprometa com o sucesso, que cumpra a vontade dos associados e que crie soluções à sua medida evitando recorrer a dependências externas (evitando empréstimos de jogadores e protocolos de gestão deportiva).

- Apostar fortemente na aquisição de Activos (comprar passes de jogadores em nome do Vitória, avaliados por funcionários do clube) para fazer frente ao Passivo.

A nossa intenção é fazer do Vitória um clube competitivo no panorama desportivo contemporâneo!

Um Vitória Melhor disse...

Caro João Pacheco, não vejo em que poderia ganhar o Vitória em deixar o Complexo Desportivo? Os terrenos dessa infra-estrutura, no PDM de Guimarães, estão destinados a 'Equipamentos', não podem ser transaccionados pelo seu valor comercial. Não sei como os pretende valorizar de outra forma...? Além disso discordamos de que o Vitória deva pôr em causa estas estruturas, que tanto valorizam o seu património!

Aconselhamos uma revisão ao caso que envolveu o FC Porto e a Câmara Municipal do Porto precisamente sobre uma alteração ao PDM para valorizar idevidamente terrenos não destinados à construção. Não quererá envolver o Vitória em polémicas semelhantes...?

Unknown disse...

Qdo é q vamos a votos?Bora la pra frente!! Vamos mostrar que o Vitoria é mto maior do que é agora

Um Vitória Melhor disse...

Caro César Augusto, também achei importante passar à acção. Tivemos duas Direcções consecutivas que nos defraudaram as expectativas por completo. Não deveríamos cair no mesmo erro outra vez... É para nós inconcebível que um clube como o Vitória, com 30 000 sócios, de dimensão nacional, e com adeptos tão dedicados ao clube, não corresponda com sucesso desportivo. Participem no nosso projecto. Procuraremos reunir o consenso de todos os Vitorianos. Temos de resolver os problemas do Vitória e criar um projecto de futuro!

Anónimo disse...

O que nós Vitorianos queremos é " UM VITÓRIA MELHOR".

Venha essa candidatura. Sangue novo e na guelra é preciso para um Vitória maior e melhor.

Um Vitória Melhor disse...

Exactamente o que pretendemos Anónimo das 11:50.

Queremos o sucesso desportivo! Com o sucesso deportivo cumpriremos os objectivos do clube e resolveremos os problemas financeiros com maior facilidade.

Peço aos Vitorianos, que esperam ansiosamente por candidaturas, um pouco de paciência relativamente à nossa: uma candidatura dá trabalho e precisa do seu tempo de preparação.