sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O RELATÓRIO DE CONTAS E A NOSSA LIDERANÇA


Em antecipação à Assembleia Geral do Vitória e à apresentação do Relatório de Contas, arriscamos anunciar que, apesar da aclamada ‘boa-vontade’ dos nossos actuais dirigentes, estes irão surgir na próxima AG como extraordinários cumpridores, apenas porque se trata da última oportunidade de mostrar resultados antes das próximas eleições…

Escondendo-se atrás das actuais dificuldades financeiras do clube, ‘dizendo a verdade’ sobre a situação económica em geral, irão elogiar o abate de cerca de 20% do Passivo e apresentar um Relatório de Contas onde se encontrarão incongruências disfarçadas de contas bem feitas, que passarão por dever cumprido. Se o argumento para a recandidatura desta Direcção é ter transferido o valor da rescisão de Geromel para o final do mandato, para anunciar a descida do Passivo, e se o Relatório de Contas for mais um exercício de actividades invisíveis, então devemos recordar que no ano passado, por esta altura, o Passivo tinha aumentado cerca de 20 % e o Relatório de Contas não descrevia coisa nenhuma, tendo resultado o cálculo entre despesas e receitas exactamente no mesmo valor, como se isso fosse possível. Está, portanto, tudo igual ao ano passado não sendo, como dizem, o exercício de 2008/09 ‘o melhor de sempre’!

Para quem se esquece com facilidade e vive para o dia seguinte, para quem acha que quando um dirigente ganha as eleições se deve tornar logo num ditador para garantir a sua vontade acima do projecto, para quem pensa assim está tudo bem. Provavelmente irá votar nesta Direcção em Março, e nos próximos 20 anos, pois no seu ingénuo entender ‘quem lá está é que sabe’. Quando o candidato se torna ditador, o projecto é normalmente inexistente, e a candidatura é usada para atingir outros objectivos. Basta ver a primeira página da última edição do
jornal do Vitória para compreendermos o que está a acontecer na Direcção. O jornal está a ser usado para fazer campanha pessoal, em vez de promover um projecto para o clube...

Não podemos aceitar que o clube seja dirigido sempre pelos mesmos dirigentes e que, cada vez que seja preciso mudar, a escolha seja sempre por quem já lá está, tornando-se o Vitória uma autêntica oligarquia. Se assim for, o Vitória ficará perdido neste círculo vicioso e nunca irá mudar. A sua imagem e o nível de negociação serão sempre de um preocupante amadorismo.

(Como sou republicano, e democrata acima de tudo, rejeito a ideia de que a mudança só pode ser má. Só estando de olhos e ouvidos fechados, e não pensando pela minha própria cabeça, posso aceitar ser enganado!)

O modelo que propomos para o Vitória é um modelo assente na profissionalização do clube, pois não podem estar um grupo de amadores a gerir um clube formado por profissionais! Também não acreditamos que seja necessário um ‘choque paradigmático’, apesar da mudança de modelo que propomos. Estamos de acordo com a mudança mas de forma consciente, alterando apenas o que prejudica o funcionamento do clube, respeitando quem o serviu e quem ainda o serve.

Como pudemos observar nos últimos meses, a actual Direcção não está unida. A desagregação já começou com a saída do anterior Vice-presidente - sem termos sido elucidados sobre as suas razões - e com a manutenção do Director Desportivo - sem que as questões colocadas pelos associados tenham sido esclarecidas - bem como sobre a última polémica com o Presidente da AG. Se esta Direcção não tem equipa, não tem projecto! Ou se o tem, entre tantos problemas de liderança, não o poderá executar.

Para nós, o Presidente, terá de ser uma pessoa capaz de criar consenso dentro da sua equipa, ao contrário do que está a acontecer; em que o Presidente é o principal responsável pela discórdia entre elementos da Direcção e que será também responsável pelas informações incorrectas e contraditórias que nos chegam pela Comunicação Social. Se os órgãos de Comunicação Social inventam as notícias, então a Direcção deve esclarecer os associados. Se não o fizer, a Direcção passa por incompetente…

O Presidente deve ser uma pessoa capaz de criar um projecto, organizar o clube, delegar competências, controlar a sua aplicação e por fim avaliar resultados, sendo também responsável por encontrar soluções caso o projecto não seja exequível. Esta é a principal responsabilidade de um Presidente. Deve ser respeitado por ‘saber fazer’ e não por ‘poder, querer e mandar’.

O Presidente deve ter um projecto e ser o principal coordenador do projecto, ser criativo e empreendedor, sabendo delegar responsabilidades e sabendo verificar se o projecto está a ser cumprido. Esta é uma ideia simples, mas que é distorcida conforme os interesses de cada situação. Os Vitorianos não se deveriam deixar enganar novamente com o argumento de que o candidato a Presidente tem de ser um empresário e que já deve conhecer o meio. Esses argumentos induzem em erro. Esse candidato pode ser empresário e desviar os dividendos para um projecto empresarial pessoal que se sobreponha ao clube… O dirigente que já conhece o meio pode ter vícios que originam os comportamentos que todos conhecemos e que tanto nos envergonham…

Se não queremos que o próximo dirigente do Vitória se aproveite do clube para tirar dividendos pessoais distorcendo a verdadeira actividade para que irá ser eleito, e se não queremos que faça tudo por ‘debaixo da mesa’ como, supomos, faz quem lá está, devemos escolher uma pessoa idónea pelo seu Vitorianismo, que esteja disponível para usar as suas capacidades dedicando-se em exclusivo, e honestamente, ao serviço do Vitória Sport Clube!

2 comentários:

lafuente disse...

Concordo com muito do que está escrito.Força.

Anónimo disse...

Essa é sinceramente a mesma opinião que tenho.
Nós precisamos de sangue novo e de gente que ponha o VSC acima de tudo.

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