domingo, 25 de outubro de 2009

SOBRE PASSIVO E ACTIVOS


Desde o início do mandato que esta Direcção usa o Passivo como desculpa para o insucesso do Vitória. Apesar de considerarem a resolução deste problema como prioridade sua, em três anos não o resolveram nem apontaram soluções credíveis para a sua resolução.

Acreditámos que a Direcção possa ter tentado. Mas achámos que, provávelmente, com medidas inadequadas. Só podemos supor quais foram, porque os associados não foram informados de que forma o pretenderam fazer - seriam medidas de alienação do património, hipotecando as instalações? Seria a sobrevalorização da bilheteira? Ou seriam ganhos prometidos por algum empresário desportivo? Não sabemos...
O grau de satisfação que esta Direcção mostrou na última AG, não revelando nenhum pormenor sobre a sua gestão, leva-nos a pensar que, negociando em nome do Vitória, o fizeram com outros interesses. Porque se mostrou esta Direcção tão orgulhosa e bem disposta na última AG tendo o clube tantos problemas por resolver? Não compreendemos determinados negócios e parcerias. Não deveriam ser apresentadas as vantagens, para o Vitória, dos protocolos assinados bem como as vantagens da VSC Seguros? Qual o valor anual em prémios e qual o valor comercial desta entidade? Temos dúvidas sobre a honestidade destas medidas.

Relativamente aos atletas contratados, não suspeitámos das comissões pagas, porque se considera que quem entregou uma mais-valia ao clube deve ser ressarcido. Mas preocupam-nos as promessas de sucesso não concretizadas, acabando os atletas por ficar sempre indisponíveis ou sendo dispensados por valores irrisórios, tornando-se maus negócios para o clube. É óbvio que nem todos os negócios podem correr bem porque se trata de gestão de risco mas, dos atletas contratados pelo Vitória nos últimos dois anos, quantos deram realmente mais-valias, e quanto? Os únicos valores significativos realizados pela Direcção foram de atletas que já estavam no Vitória quando esta Direcção iniciou funções. Portanto conseguiram ganhos com contratações anteriores não adquirindo, até ao momento, mais-valias para compensar as suas perdas. Tendo ainda o mercado de Inverno para negociar, preocupa-nos o resultado do exercício de 2009/10, pois nesse exercício, ainda é possível deixar o clube em tão maiores dificuldades como aquelas em que estava há três anos atrás; nomeadamente a situação contratual dos atletas e o Passivo.

O nosso projecto para a resolução do Passivo, não inclui a criação de serviços que em nada beneficiem os associados, nem a alienação de património, nem protocolos ou parcerias com a desculpa da economia na propriedade intelectual. Só admitimos acordos no caso de parceria financeira ou patrocínio, com o único objectivo de manter a independência do clube. A criatividade e o empreendedorismo na gestão devem ser incentivados e fomentados no interior do clube para evitar dependências.
Projectámos novos serviços com única intenção de servir os associados e criar mais-valias financeiras, que contámos apenas para gastos correntes ou para pequenos investimentos.
Das receitas regulares, e extraordinárias, relativas a bilheteira, merchandising e de outras fontes directas da realização dos espectáculos desportivos, nunca se poderá garantir o abate do Passivo, pois estas receitas são mínimas e apenas cobrem os custos de manutenção.

A solução para o Passivo deverá estar na aquisição de Activos que se valorizem no Vitória, para o servirem e para gerar mais-valia na sua negociação.
Para esta medida resultar, é essencial que o clube esteja numa posição desportivamente favorável e que seja comercialmente atraente. É também muito importante que os seus atletas profissionais estejam motivados, e confiem no clube para a sua valorização. Por isso a política contratual terá de ser revista. Um atleta de competição não motivado, não é rentável.

Actualmente a situação de disponibilidade financeira imediata no Vitória é também preocupante porque o clube não conquista títulos que tenham visibilidade nem consegue, regularmente, qualificações europeias no futebol sénior, onde estão concentrados os principais patrocinadores. É importante recordar que o patrocínio desportivo é considerado como um dos meios mais eficazes para a divulgação de marcas havendo, portanto, um grande potencial nestas competições. Os patrocínios são importantes para garantir a cobertura dos gastos decorrentes da actividade.

O sucesso desportivo pela aquisição de Activos com potencial, como via de resolução do Passivo, é a única solução razoável. A conquista de títulos desportivos valoriza os Activos. O cenário ideal para abater o Passivo é, obviamente, fazer com que o valor dos Activos supere o valor do Passivo. Desta forma adquire-se credibilidade no apoio financeiro; e maior margem de negociação devido à valorização da propriedade do clube.

A dependência do abate de Passivo pelo investimento em Activos é um risco óbvio. Mas este risco pode ser calculado pela aplicação de uma gestão de controlo na organização do clube.

Muitos podem achar que a questão do Passivo depender da aquisição e venda de Activos, e do sucesso desportivo, é uma dependência demasiado arriscada. Mas não existe outra forma de o fazer! Desporto é competição, e competição é risco. Sendo uma actividade economicamente volátil, tudo depende das opções de gestão.

Entendemos que esta é a única solução que está ao dispôr do Vitória, exceptuando a criação de uma SAD que suporte o Passivo e a execução do orçamento, abrindo o clube aos investidores.
A nossa opinião sobre as SAD é que, permitindo a alienação do clube pela aquisição do seu capital, o clube fica sujeito a qualquer accionista interessado, deixando os sócios de ter controlo sobre a sua gestão e sobre o seu futuro, bem como sobre a sua propriedade. É uma solução que rejeitámos pelo exemplo de outras SAD: a alienação do clube por uma organização empresarial não soluciona o problema do Passivo, apenas permite uma gestão mais controlada.
A nossa solução passa pela profissionalização do clube, mas não pela alienação de propriedade nem pela alteração de objectivos que, no caso de uma SAD, teriam de ser o lucro puro e simples. A profissionalização permite que a Direcção trabalhe em exclusivo para o clube, tornando-se este o seu regulador.
O Vitória não deve destruir a sua estrutura social para criar uma empresa que tenha como único objectivo o lucro. Mantendo-se o modelo clubista, a Direcção terá como único objectivo o sucesso desportivo!

Se os Vitorianos nos confiarem a tarefa de re-organizar o clube e nos permitirem apostar na gestão de Activos para valorizar o clube, poderemos mudar definitivamente o paradigma do Vitória. É urgente mudar, é urgente fazer do Vitória um clube de sucesso!

A credibilidade e o sucesso do clube dependem da sua organização e da sua imagem. Além do sucesso desportivo, a imagem de clube organizado e cumpridor é determinante para a sua valorização. O Vitória Sport Clube deve manter o prestígio e deve continuar a estar associado à vontade de vencer! Por isso necessitámos de Vitorianos e Vitorianas motivados que queiram trabalhar de alma e coração para o Vitória, e que sejam criativos a encontrar soluções eficientes para fazer UM VITÓRIA MELHOR!

4 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite, e parabens pela ideia.
So uma pergunta, que nao tem nada que ver com a vossa boa hipotese de candidatura. gostava de saber se sabe alguma coisa sobre o caso tiero e agora o caso mendieta. ja que se encaixam naqueles negocios em que os jogadores ficaram indisponiveis para o Vitoria.
Pergunto aqui porque nunca ninguem me conseguiu explicar bem.
Peço desculpa a perguntar-lhe isto sabendo que voce nao e o responsavel. abraço Joao Silva

Um Vitória Melhor disse...

Caro João, sobre situação dos atletas nada sabemos. Essa questão já foi colocada à Direcção mas não deram esclarecimentos. Na AG, respondendo a uma questão sobre as funções de Vasco Santos, Emílio Macedo disse apenas que as contratações são decididas pelo Presidente e por Paulo Pereira...

No nosso artigo falamos dos 'indisponíveis', porque alguns jogadores estão constantemente lesionados e outros nunca são convocados. Não sabemos como são avaliados antes de serem contratados, nem quais são as intenções de receber jogadores que não têm rentabilidade para o clube.

Anónimo disse...

boa tarde estranhei muinto a sua ausencia na ultima assembleia pois nao encontro melhor local para por as ideiaspara um vitoria melhor.ja agora um comentario as mesmas estou de acordo a alteracao dos estatutos para a direcao ser profissional mas o vitoria nao e so activos e passivos de jogadores embra seja importante e muinto mais e nesse mais nao encontro solucoes integradas para a restruturacao do vitoria.dou os meus cumprimentos pela corajem vitoria ate morrer

Um Vitória Melhor disse...

Caro Anónimo, não tenho a mínima esperança de obter respostas desta Direcção. Todas a questões que lhes são colocadas ficam sem resposta. Acho que este modelo de Assembleia-Geral serve para dar respostas aos associados, mas não é isso que está a acontecer. Desafio qualquer associado a dizer aqui, neste blog, se ficou esclarecido com alguma questão colocada nas Assembleias desta Direcção? Eu fiquei mais esclarecido com o documento do Relatório de Contas do que com os esclarecimentos posteriores. E como não estive presente, declaro que as decisões que foram tomadas pior vtação serão respeitadas por mim, pois foram votadas democráticamente.

Se o lugar da Direcção é dar respostas, estou preparado para as dar caso um dia faça parte da Direcção. Aliás, se esta Pré-candidatura se concretizar, não será mais exigente dar respostas a todos os assuntos do clube na rua, e em sessões de esclareceimento públicas!?
No caso de campanha eleitoral, o esforço de esclarecimento sobre todos os assuntos do Vitória, será bastante maior que apenas justificar as nossas acções numa AG. E, se não concordo com as decisões desta Direcção, não será mais correcto apresentar as minhas ideias para um novo projecto, que tentar que a actual Direcção faça o que nós entendemos que deve fazer? O poder está nas mãos dos associados, e não estão de acordo com esta Direcção, podem escolher uma nova, porque em democracia não há lugares de Poder reservados.

Relativamente às alterações na organização do Vitória, já tenho um Organigrama pronto e as ideias-base de um Programa. Estou disponível para o revelar em privado. Não o revelo publicamente, antes da oficialização das candidaturas, para não expôr Propriedade Intelectual à qual tenho direito. Não quererá que todos usem a ideias deste projecto para seu benefício? De qualquer forma já poderá tirar conclusões pelo que tenho escrito...

Se a candidatura não se concretizar, revelarei o projecto na íntegra para ajudar a futura Direcção a criar UM VITÓRIA MELHOR!

Não tenho dúvidas que terei respostas para todas as questões que envolvam decisões minhas, pois considero-me uma pessoa honesta. E acho estranho que o Anónimo faça um apelo à honestidade de uma AG, e não revele aqui, sequer, o seu nome.

Se pretender encontrar-se informalmente para um esclarecimento sobre as ideias que tenho para a Direcção estou disponível. Garanto-lhe que não me irei comportar como Emílo Macedo nas AG.

Miguel Ângelo Silva